sábado, 22 de fevereiro de 2014

GESTALT - PSICOLOGIA DA FORMA



"A 'fórmula' fundamental da teoria da Gestalt poderia ser expressa da seguinte maneira: existem totalidades, cujo comportamento não é determinado, mas nos quais os processos pelos seus elementos individuais parciais são eles mesmos determinados pela natureza intrínseca do todo" (Max Wertheimer).


A TEORIA

A Teoria da Gestalt afirma que não se pode ter conhecimento do todo através das partes, e sim das partes através do todo; que os conjuntos possuem leis próprias e estas regem seus elementos (e não o contrário, como se pensava antes); e que só através da percepção da totalidade é que o cérebro pode de fato perceber, decodificar e assimilar uma imagem ou um conceito.
Entre os princípios da Gestalt, destaca-se:
O todo é mais do que a soma das partes.
Isto equivale a dizer que "A + B" não é simplesmente "(A+B)", mas sim um terceiro elemento "C" que possui características próprias.

Leis gestaltistas da organização
A Teoria da Gestalt, em suas análises estruturais, descobriu certas leis que regem a percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e ideias. Essas leis são nada menos que conclusões sobre o comportamento natural do cérebro, quando age no processo de percepção.


Acontece através da decomposição e imediata recomposição das partes em relação ao todo. Vemos o mundo deste jeito e é onde se ressalta a concepção estruturalista desta escola: o problema para o gestaltista não é como o dado é solucionado, mas como é estruturado. O todo e a parte estão fusionados e desta relação constituímos a estrutura da composição. Do todo, uma parte emerge e vira figura, ficando o restante indiferenciado ou num fundo. Quando o fundo passa a ser visto como figura e a figura como fundo constitui-se uma relação madura entre figura x fundo. A experiência passada da percepção de um objeto ou forma tem menor influência na visão de um objeto que se está vendo aqui e agora. A percepção do objeto novo remontado pelas partes fica em segundo plano. A experiência da percepção aqui e agora, a novidade precisa amadurecer perceptualmente dando chances para o que já tinha sido percebido anteriormente, prevalecer.
Nas imagens abaixo percebemos primeiramente a caveira depois vemos as outras imagens que são novas e o mais incrível, as caveiras não existem. Nós as percebemos  devido as experiências passadas.




PRINCÍPIOS DA GESTALT

 Campo, Estrutura e Forma são conceitos básicos desta teoria. Existem tendências ou princípios que organizam e interferem em nossa percepção. Essas tendências ou princípios, dependendo de sua intensidade podem produzir efeitos diferentes, devemos sempre lembrar que, para a Escola da Forma, o todo não é apenas a soma das partes, sua essência depende da configuração das partes.



Princípios:

SEMELHANÇA
Ou “similaridade”, possivelmente a lei mais óbvia, que define que os objetos similares tendem a se agrupar. A similaridade pode acontecer na cor dos objetos, na textura e na sensação de massa dos elementos. Estas características podem ser exploradas quando desejamos criar relações ou agrupar elementos na composição de uma figura. Por outro lado, o mau uso da similaridade pode dificultar a percepção visual como, por exemplo, o uso de texturas semelhantes em elementos do “fundo” e em elementos do primeiro plano.












PROXIMIDADE
Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distante de seus similares.




BOA CONTINUIDADE
Está relacionada à coincidência de direções, ou alinhamento, das formas dispostas. Se vários elementos apontam para o mesmo canto, por exemplo, o resultado final “fluirá” mais naturalmente. Isso logicamente facilita a compreensão. Os elementos harmônicos produzem um conjunto harmônico. O conceito de boa continuidade está ligado ao alinhamento, pois dois elementos alinhados passam a impressão de estarem relacionados.
















PREGNÂNCIA
A mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a mais sintética. Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples: uma espada e um escudo podem tornar-se uma reta e um círculo, e um homem pode ser um aglomerado de formas geométricas. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada: desta forma, a parte mais facilmente compreendida em um desenho é a mais regular, que requer menos simplificação.
 






CLAUSURA
Ou “fechamento”, o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura relaciona-se ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto. Ocorre geralmente quando o desenho do elemento sugere alguma extensão lógica, como um arco de quase 360º sugere um círculo.





EXPERIÊNCIA PASSADA
Esta última se relaciona com o pensamento pré-Gestáltico, que via nas associações o processo fundamental da percepção da forma. A associação aqui, sim, é imprescindível, pois certas formas só podem ser compreendidas se já a conhecermos, ou se tivermos consciência prévia de sua existência. Da mesma forma, a experiência passada favorece a compreensão metonímica: se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.














Para que os princípios da Gestalt se inter-relacionem é preciso equilíbrio, clareza e harmonia. Sendo assim, o processo de criação de imagens, seja pela arte, ou pelo design, deve se basear nestes fatores interligados. O equilíbrio depende de dois fatores: Peso visual e direção. Peso Visual é o poder de atração visual que os diversos elementos plásticos podem apresentar dentro de uma superfície plástica e a direção refere-se aos caminhos visuais que nosso olho irá seguir.


1.    Localização - O peso visual de qualquer elemento colocado no centro fica anulado, pois ali já está equilibrado.
2.    Tamanho - Sendo iguais os outros fatores o elemento de maior tamanho terá mais peso visual.
3.    Forma - Formas mais regulares, mais simples e mais simétricas (pregnantes) são mais facilmente percebidas, apresentando portanto, mais peso visual.
4.    Cor - Cores claras tem maior poder de atração, portanto, maior peso visual.       O mesmo acontece com as cores quentes em relação às frias.
5.    Distanciamento - A profundidade espacial, com espaços vazios ao seu redor, tem maior poder de atração visual, ganhando destaque dentro da composição.
6.    Isolamento - O elemento isolado com espaços vazios ao seu redor, tem maior poder de atração visual, ganhando destaque dentro da composição.
7.    Interesse intrínseco - O interesse particular que possamos ter pelas coisas faz com que elas apresentem maior peso visual. O exotismo, a singularidade, ou até mesmo a repulsa podem causar o mesmo efeito.
8.    Direção - Elementos colocados nas posições vertical ou horizontal são mais facilmente percebidos que em outras posições, com isso ganham mais peso visual.

Características da direção:
1.    Eixo das formas - Em toda forma que apresente algum tipo de simetria, o seu eixo será percebido como uma linha, definindo então o sentido e a direção. Formas que se aproximam do formato de cunha são forte indutores de direção.
2.    Linhas - As linhas apresentam um movimento visual nítido ao longo do seu traçado. Mesmo quando seu formato apresenta variações de forma elas podem definir uma direção geral.
3.    Tema - Os Temas carregam em si, símbolos e significados e por esse motivo adquirem maior peso visual.
4.    Ligações por proximidade e/ou semelhança - O nosso olhar, naturalmente estabelece relações – criando unidade- entre elementos que estão próximos ou que se assemelham em alguma característica. Criam-se assim, direção que vão de um elemento a outro.
5.    Gradações - Qualquer gradiente sugere movimento visual. Nosso olho sempre é atraído pelas mudanças graduais, sempre do maior, do mais claro, da cor mais intensa, etc., dirigindo-se em seguida para os menores.
      
 

ALGUMAS ANÁLISES INTERESSANTES:

ANÁLISE DE PROPAGANDAS





Spherikal é uma pequena animação feita pelo artista Ion Lucin para experimentar e explorar todas as possibilidades gráficas que representam a ideia da esfera, sempre buscando a Gestalt e diferentes formas.Foi tudo feito em 3D e Ion buscou o foco no gráfico minimalista, achatando as superfícies e usando apenas duas cores. O que foi mais difícil para Ion foi alcançar as transições entre os diferentes tipos de representação da esfera, as transformações e metamorfoses.
Os softwares utilizados foram: Cinema 4d R13, tudo com o módulo Mograph. O After Effects foi utilizado para a composição e publicação. Música: Brand X Music
SPHERIKAL - Assista clicando aqui.