quarta-feira, 6 de março de 2013

A VEZ DO SUBÚRBIO

A vez do subúrbio
Repercussão da novela "Avenida Brasil" tira foco de bairros de elite, como o Leblon, e faz da periferia carioca referência em usos e costumes, da moda à músicaFABIO BRISOLLA
DO RIO
A vendedora dá um sorriso irônico antes de indicar o artigo mais vendido da Zecabiju, uma das dezenas de lojas de acessórios do Saara, o movimentado mercado popular do centro do Rio.
"O brinco da Suelen, claro. Eu nem precisava falar, né?"
O adereço é uma longa tira dourada usada na orelha direita pela personagem interpretada pela atriz Ísis Valverde em "Avenida Brasil".
Suelen é uma das moradoras do Divino, fictício bairro do subúrbio carioca que dita o tom popular de figurinos, trilha sonora e diálogos no horário nobre da TV Globo.
Criado pelo autor João Emanuel Carneiro, o Divino inverteu a ordem estabelecida na teledramaturgia da emissora.
Sempre ambientada em bairros habitados pelas classe A e B, principalmente do Rio e de São Paulo, a trama principal da novela desta vez ficou concentrada nas ações dos personagens com origem nas classes C e D.
Dos 41 tipos em cena nos últimos capítulos, só nove pertencem ao núcleo da zona sul, região mais valorizada do mercado imobiliário do Rio.
"A imagem do morador que sonha em sair do subúrbio é muito cristalizada. Nossa ideia foi fugir disso e criar um subúrbio gostoso e alegre, onde exista prosperidade", explica o diretor de núcleo Ricardo Waddington, coordenador da novela.
Avenida Brasil obteve até semana passada média de 38 pontos de audiência, segundo a medição do Ibope (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo). Durante a novela, 65% das TVs ligadas permaneceram sintonizadas na Globo.
NOVOS PROTAGONISTAS
Com a repercussão, uma safra de personagens alcançou visibilidade antes restrita aos protagonistas de histórias ambientadas no Leblon ou nos Jardins.
De camiseta regata e óculos escuros na cabeça, Leleco costuma pontuar frases com risadas escancaradas.
O ator Marcos Caruso, intérprete do personagem fanfarrão, identifica uma mudança no tratamento dado ao subúrbio em novelas. "A perspectiva é outra. Não queremos criticar o subúrbio, criar bordões que destacam a forma de falar de um personagem. A ideia é espelhar o estilo de vida daquelas pessoas, mas sem estigmatizar."
No início do ano, Caruso morou por dois meses no Santíssimo, bairro da zona norte do Rio. Passou a usar van e metrô, andou pela vizinhança, jogou conversa fora em boteco e começou a descobrir o vocabulário que seria adotado por Leleco, pai do jogador Tufão, personagem de Murilo Benício na trama.
Com o texto em mãos, Caruso passou a inserir algumas expressões, como "rapá" ou "tá entendendo?".
Já atriz Fabiula Nascimento eliminou os plurais do texto original da cabeleireira Olenka. Assim como alterou a pronúncia de algumas palavras. Trocou, por exemplo, "mostrar" por "amostrar". Em suas falas evita, no entanto, dar ênfase aos deslizes de português da personagem.
"A intenção não é destacar que ela fala errado, mas reproduzir um dialeto de uma comunidade", diz Fabiula, que ficou espantada com o interesse do público pelas roupas e acessórios usados por sua personagem.
"Sou a campeã do batom. Todo mundo quer saber qual é a marca usada pela Olenka", diz a atriz, aos risos.
Figurinista da novela, Marie Salles fez sua pesquisa de campo nos bairros de Bangu e Madureira, ambos na zona norte carioca. Além disso, buscou referências nos trajes de celebridades como estrelas da música pop e jogadores de futebol.
Na semana passada, ao andar pelo comércio do Saara, ela passou por lojas que estampavam na vitrine a referência "calça da Suelen" para atrair os compradores.
Divisão responsável pelo licenciamento de produtos da emissora, a Globo Marcas comercializa seis linhas de produtos associados à marca Avenida Brasil, que somam mais de 50 itens distintos.
"Agora o que virou moda foi a roupa do personagem do subúrbio", constata Marie.
SOM DO POVO
No caso da trilha sonora, o tom popular também predominou no repertório. Entre os hits estão músicas como "Assim Você Mata o Papai", o tema de Leleco, do grupo de pagode Sorriso Maroto.
Com mais de 80 músicas em novelas da Globo, o compositor Michael Sullivan aponta a mudança sonora no horário nobre: "A novela das nove puxa para uma MPB mais clássica. Ficou mais popular, mas a seleção feita está de acordo com a história. É o som do povo."
O antropólogo Everardo Rocha, professor da PUC-Rio, considera uma boa notícia o destaque dado ao subúrbio e identifica uma coincidência em "Avenida Brasil".
"A classe C está sendo tratada de forma mais carinhosa na televisão justamente em um momento de ascendência econômica deste grupo. Isso é uma novidade no mercado brasileiro", diz Rocha.
O diretor Ricardo Waddington ressalta que a única preocupação da equipe de criação foi oferecer um bom entretenimento para a audiência do país. "O fato de a novela retratar o subúrbio não significa que ela seja para a classe C. É para todo mundo. Acredito que 'Avenida Brasil' já se impôs desta forma."

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/60250-a-vez-do-suburbio.shtml

SÃO JORGE EM PORTUGAL, NO BRASIL E COM A NOVELA


'São Jorge está na moda' 
São Jorge sempre esteve na moda, e agora, com a novela Salve Jorge, está ainda mais em alta. Objetos de decoração, roupas e acessórios para homens e mulheres estão cada vez mais massificados e proliferados pelas ruas. No Rio de Janeiro isso ganha uma força extra já que São Sebastião padroeiro do Rio de Janeiro tem dividido as atenções dos cariocas com o coleguinha celestial.

HISTÓRIA
Dia 23 de abril é dia de São Jorge. No Rio de Janeiro, esta data é celebrada com um feriado estadual através da lei nº 5.198, sancionada pelo governador Sérgio Cabral, em 2008. 'O dia de São Jorge é o dia de seu falecimento, 23 de Abril de 303, na Nicomédia. Seus restos mortais estão na Igreja de São Jorge, na Lídia, Israel.
De acordo com a lenda, São Jorge nasceu no ano 275, na Capadócia, hoje território da Turquia. Ingressou no exército romano e, aos 23 anos, se tornou tribuno militar na Nicomédia. Ao ver que o imperador Diocleciano perseguia e matava os cristãos, passou a defendê-los. Por este motivo, foi torturado e degolado' (GOULART, Michel).

LENDA

São Jorge é o padroeiro da Catalunha. Uma lenda regional diz que, após matar o dragão, ele deu à princesa uma rosa vermelha. Assim, no dia 23 de abril, especialmente em Barcelona, é comum que o homem dê à sua esposa ou namorada uma rosa vermelha.
De acordo com tradição que surgiu apenas em meados do século XII, São Jorge matou um dragão. O dragão simboliza a idolatria destruída com as armas da fé cristã. Diz a tradição que as manchas na lua representam o milagroso santo e sua espada pronto para defender aqueles que buscam sua ajuda.




A representação de São Jorge matando o dragão pode ter origem na mitologia nórdica, pela figura de Sigurd, o caçador de dragões. 


William Shakespeare nasceu e morreu no dia de São Jorge. Nasceu em 23 de abril de 1564 e morreu em 23 de abril de 1616.

EM PORTUGAL



Segundo JOSÉ J. X. SOBRAL, S. Jorge foi um dos santos mais venerados pelos Portugueses durante a Idade Média. A sua devoção poderá ter sido bastante influenciada pelos cruzados ingleses que auxiliaram D. Afonso Henriques na tomada de Lisboa em 1147.
Provavelmente foi também devido à influência inglesa - através das tropas do duque de Lencastre que se encontravam, então, na Península Ibérica - que a devoção a S. Jorge teve um grande incremento durante reinado de D. Fernando I. 
D. João I elege-o como protetor de Portugal na luta contra Castela, em substituição de Sant'Iago, que também era padroeiro dos castelhanos. Sant'Iago manteve-se como protetor dos Portugueses, mas  apenas na luta contra os infiéis.
Em 1387, S. Jorge é oficialmente declarado Santo Patrono de Portugal.
Manter-se-á como principal Santo Patrono da Nação até 1640, altura em que Portugal é colocado sob a proteção de Nossa Senhora da Conceição.
São Jorge há tempos é conhecido do Brasil e do mundo e sua bandeira era usada como proteção e conquistas nas gerras. 

Um dos principais distintivos atribuídos a S. Jorge é uma cruz firmada de vermelho, em campo branco. Esse distintivo foi colocado em brasões e bandeiras de países e cidades que adotaram o santo como patrono. 


A Inglaterra adotou a Bandeira, no século XII, para uso dos seus navios que navegavam no  Mediterrâneo, para mostrar que gozavam dos direitos e proteções dos navios de Génova, na altura uma grande potência marítima. O uso marítimo da bandeira, estendeu-se, depois a outros âmbitos, tornando-se, a Bandeira de S. Jorge, a bandeira nacional de Inglaterra. Barcelona, Pádua e outros estados devotos de S. Jorge, adotaram também a mesma bandeira.Tudo indica que a Bandeira de S. Jorge tenha sido  usada em Portugal, como uma espécie de segunda bandeira nacional, à semelhança do que acontecia em Inglaterra. Com a substituição de S. Jorge por Nossa Senhora da Conceição, como padroeira principal de Portugal, em 1640, deixou de haver, definitivamente, motivo para o uso da Bandeira de S. Jorge para representar a Nação.
Saiba mais no blog do autor: http://audaces.blogs.sapo.pt/3023.html


NO BRASIL


No Brasil, São Jorge também é padroeiro dos escoteiros, da cavalaria do exército, dos bombeiros e do Corinthians. Acredita-se que sua história de devoção e fidelidade ao cristianismo até o fim de sua vida seja a origem do termo “Fiel”, popular entre os torcedores e presente em várias agremiações corintianas.


As tatuagens associadas a este santo estão entre as mais populares no país. 

Na música nacional, São Jorge já foi homenageado em canções por Jorge Ben, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Fernanda Abreu, Racionais MC’s, Zeca Pagodinho e pela banda Angra.

NA NOVELA

Tá certo que antes da novela o santo já era muito popular, mas tendo como fundo de pano da novela do horário nobre, a moda São Jorge ganha visibilidade e notoriedade de todos os setores, artísticos ou não, e invade as ruas.


Tem São Jorge pra todos os gostos e preços...e fé...

(artigo ainda em construção)



Bibliografia:
GOULART, Michel. História Digital. Disponível em http://www.historiadigital.org/curiosidades/15-curiosidades-sobre-sao-jorge/
http://audaces.blogs.sapo.pt/3023.html